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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

727-A MAIOR CRISE QUE VIVEMOS HOJE: A CRISE DE CARÁTER







Definição
Segundo o Dicionário Aurélio, caráter é definido por: “qualidade inerente a uma pessoa, animal ou coisa; o que os distingue de outra pessoa, animal ou coisa; o conjunto dos traços particulares, o modo de ser de um indivíduo, ou de um grupo; índole, natureza, temperamento”.
O significado literal do termo grego charaktēr é “estampa”, “impressão”, “gravação”, “sinal”, “marca” ou “reprodução exata”.
Caráter é algo que vai sendo formado e impresso com o tempo em nosso interior, uma verdadeira marca. O caráter de cada qual não é formado do dia para noite. É um processo gradual que está relacionado a um amplo conjunto de fatores que influenciam na formação de cada um.
Meios como TV, internet, família, religião, infância, desprazeres, decepções, alegrias, enfim, uma gama variada de fatores influencia na formação do caráter de cada indivíduo. Desde o berço.

O caráter cristão – formação, influências e virtudes
Assim como o caráter de cada indivíduo é formado desde o berço, nosso caráter cristão também passa a ser moldado desde o primeiro passo de nossa caminhada com Cristo (Jo 1.12; 3.3). Os valores do Reino de Deus passam a ser impressos em nós, para que verdadeiramente possamos ser seguidores de Jesus Cristo genuinamente.
Deus usa de muitos meios e formas para que o caráter de seus filhos seja formado, mas sem dúvida alguma, o principal fator de influência é o agir da Palavra dEle na vida de cada um, bem como o consolo e direção que o Espírito Santo dá aos Seus (Ef 1.13). Afinal, o que pode ser considerado como um caráter cristão? Podemos relacionar alguns pontos, que evidentemente, não serão os únicos:
1) Não se trata apenas de bons valores morais | Apesar do cristianismo carregar implicitamente um forte viés moral – pois a Bíblia nos dá parâmetros morais – o caráter cristão não está repousando apenas sobre o fato de ser “bom”. A boa moral está contida, mas de modo algum é o todo. Cada um de nós pode dar exemplos de pessoas que confessam ser cristãs, mas que não são bons exemplos de conduta digna, bem como pessoas não-cristãs que são cidadãos de bem.
2) O cristão genuinamente bíblico admite suas falhas | Cada um de nós, sem exceção, é um pecador (Rm 3.23). Todos temos o pecado dentro de nós, e isso produz limitações e consequentemente falhas. A virtude do cristão de caráter é ser transparente, é ter dignidade suficiente para admitir que é limitado e que depende completamente da misericórdia e graça do Senhor.
3) O caráter moldado cria controle | Quando nosso caráter entra em fase de maturidade, conseguiremos controlar situações que de algum modo podem manchar a marca de Jesus em nós, afetando nosso testemunho cristão. Neste ponto de plenitude, não haverá espaço para amargura, ira, discórdia, egoísmo, arrogância, discussões, facções. Apesar de – eventualmente – tais coisas ocorrerem, precisam ser enfrentadas e enfraquecidas. Nosso ser por completo, mente, atitude, palavras, precisa ser um meio de culto e adoração permanente (Mc 12.30; Gl 5.22).
Com tal caráter formado em nós, passaremos a frutificar em atitudes que atestam que somos de Deus e temos Sua Palavra em nossas vidas. Passamosa frutificar em virtudes, como: 
·         Pureza | vida separada – santificação – para o Senhor. Uma vida distinta num mundo corrupto (Fp 4.8).
·         Imparcialidade | trataremos a todos – seja quem for – de modo único, sem acepção de pessoas. Seremos justos com as pessoas, independente de afinidade, sejam amigos, parentes, irmãos, parceiros de caminhada (1Ts 5.15).
·         Sem fingimento | é prezar pela verdade. Não existe espaço para máscaras e ânimo duplo (1Pe 2.1; Tg 4.8).
·         Humildade | ninguém é auto-suficiente. Vaidade e soberba não devem encontrar espaço no coração do cristão; tais coisas devem ser banidas de nosso meio! Somos um corpo e dependemos uns dos outros (Mt 5.3).
·         Mansidão | serenidade. Ser manso, não permitindo que disputas e discórdias tomem conta. Gentil, sensível e paciente com todos (Mt 5.5).
·         Misericórdia | compaixão pela dor, “pela miséria do coração” alheio. Entender que nosso próximo pode passar por lutas, dores, infelicidades extremas. Experimentar e participar do sofrimento alheio (Mt 5.7)
·         Coração puro | ser livre de impurezas no altar – no coração. Relacionamento constante com Deus e com a Sua presença, nos limpando genuinamente daquilo que nos separa dEle (Mt 5.8).

O modelo supremo de caráter – fonte de inspiração
Nosso modelo supremo de formação de caráter é nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo! Ele deve ser nosso alvo, razão, adoração, modelo, tudo! Afirmar que somos cristãos é carregar nos ombros a responsabilidade de sermos seguidores e praticantes dos ensinos do Mestre.
Ter um modelo é fundamental na formação do caráter, e para formação do caráter cristão, o modelo do Senhor nos leva a amá-Lo, admirá-Lo, imitá-Lo, segui-Lo. Ele nos faz, dia-a-dia ver que podemos aplicar, viver e frutificar em tudo que vimos acima.
Que possamos afirmar, assim como Paulo que somos imitadores de Jesus (1Co 11.1). Para tal, devemos:
– Conhecer o Filho de Deus | Buscar estar em pura intimidade com o mestre e o auxílio do Consolador (Ef 4.13; Jo 15.5; 26-27; 1Jo 1.1-3). O testemunho da Palavra e do Espírito Santo nos levam a conhecer e ter intimidade com Ele.
– Submeter-se ao senhorio de Jesus | Rm 10.8-9 – estar submetido completamente ao governo e autoridade de Cristo sobre nós. Não basta reconhecer e ter Jesus como Salvador, mas sim estar submisso a Seu senhorio.
– Obediência irrestrita | A época em que vivemos tem ressaltado cada vez mais que o ser humano vive em rebeldia contra Deus e Sua Palavra. Jesus nos mostrou que a obediência ao Pai deve ser praticada (Fp 2.8).
– Negar a si mesmo | Matar nossa carne e viver para ele; o negar a si mesmo é um verdadeiro atestado de compromisso com o Reino. Jesus serviu e não foi servido. Adoramos ao Senhor de modo especial quando estamos negando ao nosso ego e mortificando nossa vontade, deixando que Ele viva em nós (Gl 2.20).
Que possamos caminhar moldando nosso caráter de glória em glória (2Co 3.18) e que isso seja como aroma suave subindo à presença de Deus. Um verdadeiro meio de adoração!.

O CRISTÃO E O CARÁTER MOLDADO PELO ESPÍRITO SANTO


Texto Áureo: “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp 2.15).
  
Verdade Aplicada: O crente salvo tem o dever de transmitir um bom testemunho em toda a sua maneira de viver.

Objetivos Deste estudo:

·    Mostrar que o servo de Deus tem o caráter trabalhado pelo Espírito Santo.
·    Explicar como podemos alcançar um caráter ideal, de acordo com as Santas Escrituras.
·    Compreender que um crente salvo demonstra um caráter abençoador e frutífero em meio à sociedade corrompida.

Textos de Referência: Cl 3.8-11

Introdução: O cristão verdadeiro se diferencia em meio à sociedade corrompida e perversa por ter um caráter moldado pelo Espírito Santo...

No capítulo 2 da carta de Paulo aos filipenses, Paulo trata especialmente das relações existentes dentro da igreja. Ele inicia conclamando os filipenses a viverem em unidade e na seqüência, ele parte para a idéia central que ele quer trazer à mente dos filipenses: Os relacionamentos dentro da igreja devem ser pautados na humildade e no interesse em relação ao benefício do irmão e não em relação a si próprio: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Fp 2.3,4). Segundo escreve Demchuk (2003, pp. 1290-1292), no mundo Greco-romano, uma atitude de humildade era desprezada e vista como característica de um indivíduo de nascimento humilde ou de um escravo. Esta não seria uma posição facilmente adotada pelos cidadãos de Filipos, já que eles se orgulhavam do fato de serem considerados cidadãos romanos. Para confrontar esta idéia, Paulo mostra o maior exemplo de humildade já visto, sendo este o do próprio Senhor Jesus Cristo já que Ele, apesar de ser Deus, não usufruiu da posição que lhe era devida para tirar vantagens, direitos e honrarias frente aos homens. Mediante este exemplo, Paulo então encoraja os irmãos de Filipos a serem obedientes não somente na sua presença, mas também na sua ausência “De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2.12) e a fazerem todas as coisas sem murmurações, nem contendas, pois este deve ser o comportamento daqueles que são verdadeiramente filhos de Deus. Para mostrar aos crentes a sua condição de cidadãos do céu e não exatamente da terra, Paulo ser refere aos cristãos como “astros no mundo”, e diante disto, ele convida os crentes a, por meio de uma conduta irrepreensível, sincera, e inculpável, resplandecerem em meio a uma geração corrompida e perversa como já era a sociedade em sua época.

1. O caráter do cristão – Muitas pessoas fazem confusão acerca do caráter e o tomam como sendo o mesmo que personalidade...

Realmente caráter e personalidade não são dois conceitos fáceis de distinguir: De forma simples como distinguir personalidade de caráter?

Personalidade – É uma palavra derivada da palavra latina “persona” usada para identificar as máscaras utilizadas pelos autores teatrais na antiga Grécia. Assim, o termo designava a “personagem” representada pelos atores teatrais no palco. Com o tempo a palavra passou a ser usada para descrever a “máscara” que o mundo vê acerca de cada pessoa. Assim, personalidade é a forma como a pessoa é definida pelo mundo à sua volta. Por exemplo, uma pessoa pode ser definida como sendo extrovertida ou introvertida, sociável ou tímida, agressiva ou passiva etc...

Caráter – É uma palavra originada do verbo grego que significa gravar. O caráter é, portanto aquilo que a pessoa é “por baixo” de sua personalidade. O caráter é desenvolvido ao longo da vida, sendo então a soma dos vícios, hábitos e virtudes de uma pessoa.

1.1 A formação do caráter – Nenhuma pessoa nasce com um caráter formado, mas possuindo um potencial, certos traços que, em contato com o meio social, vão desenvolver... É de suma importância manter sua mente na Palavra de Deus...

Dois fatores estão envolvidos na formação do caráter: O fator genético, ou seja, aquilo que é herdado a partir dos pais e o fator ambiental, ou seja, a influência do meio em que se vive. O cristão nascido de novo da água e do Espírito nasce trazendo traços da natureza divina. O ambiente em que ele se desenvolver favorecerá o desenvolvimento do seu caráter cristão.

Com relação ao novo nascimento:

Jo 3.6,7: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo”.

1 Pe 1.23: “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre”.

1 Jo 3.9: “Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus”.

Com relação ao desenvolvimento do caráter cristão:

Rm 12.1: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”.

2 Co 3.18: “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”.

2 Pe 1.4-7: “Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo. E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade”.

Observe nos versículos abaixo como o ambiente pode influenciar para o mal o desenvolvimento daquilo que trazia traços que favoreceria o desenvolvimento para o bem:

Is 5.4: “Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E como, esperando eu que desse uvas boas, veio a produzir uvas bravas?”

Jr 2.21: “Eu mesmo te plantei como vide excelente, uma semente inteiramente fiel; como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada como vide estranha?”

1.2 O valor da Escola Dominical – A EBD, como é conhecida, tem o seu valor na contribuição para formar o caráter do cristão... É através dela que os professores e alunos podem, juntos conhecer a Bíblia Sagrada, desenvolver o seu valor...

O cristão deve sempre se lembrar que a Escola Dominical “É o povo do Senhor, no Dia do Senhor, estudando a Palavra do Senhor, na Casa do Senhor”. Através da Escola Dominical a igreja evangeliza, faz discípulos, prepara obreiros para o serviço na seara do Mestre e promove a formação do caráter cristão.

10    razões pelas quais todos os crentes devem freqüentar a Escola Dominical

·   Genuíno e sadio alimento espiritual – 1 Pe 2.2: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo”.
·   É a própria igreja desenvolvendo-se no estudo da Palavra de Deus – At 5.42: “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo”.
·   Toda a igreja é beneficiada – Ef 4.15,16: “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor”.
·   Sua qualidade contribui para que a igreja não seja destruída – Os 4.6: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”.
·   Nela os Filhos de Deus adquirem fé sólida e madura, não sendo iludidos por doutrinas enganosas – Ef 4.14: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente”.
·   Contribui para o desenvolvimento do caráter cristão – Hb 10.16: “Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos”.
·   É um meio também de evangelização Mt 28.19,20: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”.
·   Motivação e treinamento de novos talentos – Lc 10.2: “E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara”.
·   Atinge toda a família. As crianças crescem na disciplina do Senhor, os casais aperfeiçoam a vida conjugal e o relacionamento entre pais e filhos é fortalecido – Lc 2.52: “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens”.
·   Fonte de avivamento espiritual, pois os maiores avivamentos ocorreram mediante a exposição da Palavra de Deus – Hc 3.2: “Ouvi, Senhor, a tua palavra, e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia”.
                                                                                                     
1.3 O valor do culto de doutrina – O culto de ensino da Palavra de Deus tem grande valor na formação da vida cristã. Ele é muito importante na vida cristã, porque:

1) Aproxima o homem de Deus – Os 6.3: “Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra”.
2) Concede instrução para o viver diário – Cl 1.10: “Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus”.
3) Concede oportunidade de uma consciência pura – Hb 10.22: “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da máconsciência, e o corpo lavado com água limpa”.
4) Provê estímulos morais e desafios para a vida – Hb 5.14: “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal”.
5) Coloca o homem em comunhão perfeita com o próximo através da Palavra do Senhor – Tg 2.8,9: “Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redargüidos pela lei como transgressores”.

2. O cristão deve despojar-se – Devemos nos livrar de todas as práticas más e da imoralidade... São sete coisas das quais devemos nos despojar...

Cl 3.8,9: “Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos”

A ira – Ef 4.26: “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira”.
A cólera; a malícia – Ef 4.31: “Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós”.
A maledicência – Tg 4.11: “Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz”.
As palavras torpes – Ef 4.29: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem”.
A mentira – Ef 4.25: “Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros”.
O velho homem – 2 Co 5.17: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.

2.1 A ira – É um sentimento que incita agressividade contra alguém ou algo... “Não te apresses no teu espírito a irar-te, porque a ira abriga-se no seio dos tolos” (Ec 7.9). Jesus disse que qualquer que se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo... Devemos levantar as mãos para o Senhor despojados da ira...

Mt 5.22: “Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno”.

1 Tm 2.8: “Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda”.

2.2 As palavras torpes – São palavras infames, vergonhosas... O profeta Malaquias declara:“Então aqueles que temem ao Senhor falam cada um com o seu companheiro; e o Senhor atenta e ouve; e há um memorial escrito diante dele, para os que temem ao Senhor e para os que se lembram do seu nome” (Ml 3.16).

Cl 3.16: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração”.

2.3 A mentira – Pode ser definida como ação ou efeito de mentir, ludibriar... É proibido ao seu povo praticar a mentira ... A mentira procede do maligno...

Lv 19.11: “Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo”.

Jo 8.44: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira”.

Vale lembrar que os mentirosos não herdarão o Reino de Deus:

Ap 21.27: “E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro”.

Ap 22.15: “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira”.

3. O cristão deve revestir-se – Há pelo menos nove coisas das quais o cristão verdadeiro deve se revestir:

1) Do novo homem – Ef 4.24: “E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”.
2) De entranhas de misericórdias, de benignidade, de humildade, de mansidão, de longanimidade – Cl 3.12: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, deentranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade”.
3) De paciência – Rm 15.5: “Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus”.
4) De perdão – Mt 18.35: “Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas”.
5) De amor divino – 1 Co 13.4: “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece”.

3.1 Revestir-se do novo homem – Em 1 Jo 5.1 está escrito: “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido”. A palavra de Deus descreve o pecador como sendo: Desobediente, extraviado... O novo homem é chamado na Bíblia de “homem interior”... É a nova personalidade espiritual que o Espírito Santo implanta no crente através do glorioso processo de regeneração...

Acerca do velho homem:

Ef 2.2,3: “Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também”.

Tt 3.3: “Porque também nós éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros”.

1 Pe 4.3: “Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias”.

Acerca da regeneração:

Tt 3.5: “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo”.

3.2 Revestir-se de misericórdia – A misericórdia é uma expressão do amor de Deus. No hebraico a palavra é “Chessed” e... pode significar sentimento doloroso... Somente podemos exercer misericórdia se estivermos em contínuo contato com o Senhor...

Mt 5.7: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.

Lc 6.35,36: “Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso”.

Ef 4.32: “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”.

3.3 Revestir-se de mansidão – Mansidão vem da palavra grega “pratores”... É a brandura da índole. Devemos ser mansos:

1) Para podermos buscar ao Senhor convenientemente – Sf 2.3: “Buscai ao Senhor, vós todos os mansos da terra, que tendes posto por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; pode ser que sejais escondidos no dia da ira do Senhor”.
2) Para podermos receber a palavra que nos é enxertada – Tg 1.21: “Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas”.
3) Para que a sabedoria possa ser demonstrada – Tg 3.13: “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria”.
4) Para que possamos estar preparados para responder aos que interrogarem a razão da nossa fé – 1 Pe 3.15: “Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”.

4. O cristão deve cultivar – Em uma só passagem bíblica (Gl 5.19-31), temos arroladas primeiramente as obras da carne... e a seguir o fruto do Espírito... É de suma importância que cada servo de Deus cultive:

Gl 5.19-22: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”.

4.1 A paciência com o fraco – ... A paciência está ligada a ser longânimo e calmo, tardio em irar... Não significa tolerar ou agüentar, mas sustentar com amor...

Rm 15.1: “Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos”.

4.2 O amor e o perdão ao seu próximo – O amor é a essência das virtudes morais de nosso Senhor movido em cada crente pelo Espírito Santo... O amor é o vínculo da perfeição; confirma a filiação divina. Deus é a fonte e a causa do amor. O perdão significa: Deixar, soltar, cancelar... Cada crente deve perdoar, pois Jesus ensinando os discípulos a orar disse: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”.

Rm 5.5: “E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”.

1 Co 13.13: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.”

Cl 3.14: “E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição”.

1 Jo 4.7,16: “Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

4.3 A leitura da Bíblia Sagrada – Muitos estão na igreja, mas têm o caráter cristão deformado devido a ausência da leitura e meditação da palavra de Deus...

Sl 1.1,2: “Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite”.

Sl 119.105: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho”.

Pv 6.23: “Porque o mandamento é lâmpada, e a lei é luz; e as repreensões da correção são o caminho da vida”.

Referências Bibliográficas:
Johnson, V.; Palma, A., Hernando, J.; Simmons, W.; Adams, J. W.; Demchuck, D.; Soderlund, S. K.; Glubish, B.; Gill, D. M.; Comentário Bíblico Pentecostal, 2003, 1a. Ed., CPAD, Rio de Janeiro, RJ.

A Natureza do Caráter Cristão

 (Efésios 4:17) – E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente.
(Efésios 4:18) – Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração;
(Efésios 4:19) – Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza.
(Efésios 4:20) – Mas vós não aprendestes assim a Cristo,
(Efésios 4:21) – Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus;
(Efésios 4:22) – Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano;
(Efésios 4:23) – E vos renoveis no espírito da vossa mente;
(Efésios 4:24) – E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.
Tema As dimensões do Caráter
Autor

Esdras Costa Bentho
Palavras Chaves

Caráter; Temperamento; Personalidade; Vontade de Deus.

 
AS TRÊS DIMENSÕES DO CARÁTER CRISTÃO
Caráter, sua dimensão etimológica
    O termo “caráter” procede do grego “charaktēr” e significa literalmente “estampa”, “impressão”, “gravação”, “sinal”, “marca” ou “reprodução exata”. O vocábulo português encontra-se na Almeida Revista e Atualizada (ARA), nos texto de Mt 10.41 e Fp 2.22. Porém não traduz o original “charaktēr”, mas o grego “onoma” (nome) nas duas ocorrências mateanas e “dokimē” (qualidade de ser aprovado) em Filipenses. A tradução Almeida Revista e Corrigida (ARC) verte a palavra na perícope de Mateus por “qualidade de profeta” e “qualidade de justo”. A Nova Versão Internacional (NVI), traduz por “porque ele é profeta”, “porque ele é justo”. 
    Não há qualquer contradição nas traduções, uma vez que o substantivo “onoma” permite qualquer uma dessas versões. Em o Novo Testamento, “onoma” significa “pessoas” em Ap 3.4, “reputação” em Mc 6.14 e possivelmente “caráter” em Mat 6.9. O nome (onoma) no contexto hebreu corresponde “as qualidades de uma pessoa”. Logo, a tradução de “onoma” refere-se à natureza ou categoria do trabalho realizado pelo discípulo de Cristo, e, não necessariamente ao “caráter”, como virtude moral. Já o vocábulo “dokimē”, traduzido por “caráter” (ARA), “experiência” (ARC) e “aprovado” (NVI), possui o mesmo sentido de Rm 16.10, isto é, “testado e aprovado”. O termo, nesse contexto, sanciona a qualidade moral e a experiência dos personagens envolvidos – Apeles e Timóteo foram testados e aprovados como bons obreiros de Cristo. Literalmente o termo significa “a qualidade de ser aprovado”. Essa aprovação somente é ratificada depois que o “caráter” foi minuciosamente testado.
    A única ocorrência da palavra “charaktēr” em seu sentido verbal e imediato encontra-se em Hebreus 1.3. No exórdio epistolar, o literato afirma que nosso Senhor Jesus Cristo é “a expressa imagem” da pessoa de Deus. Ele é o “charaktēr” – a “estampa”, a “gravação” ou “reprodução exata” – da “hypóstasis” (“substância”, “essência” ou “natureza”) do próprio Deus.
    Um outro termo grego usado para definir o substantivo “caráter” é “ēthos” (hvqoj). Porém, algumas explicações são necessárias. A ética filosófica costuma distinguir entre ēthos e ethos. A diferença está na vogal longa “ē” (ē – thos) que, infelizmente, não possui corresponde em língua portuguesa. Quando os gregos falavam em ethos, com vogal breve, referiam-se à “ética” (ethiké), em latim, mores, isto é, moral.
O termo aludia aos costumes sociais que eram considerados valores necessários à conduta do cidadão na pólis (cidade).
Todavia, empregavam “ēthos” (hvqoj) quando desejam descrever
o caráter e o conjunto psicofisiológico de uma pessoa. Por extensão, “ēthos” se refere às características peculiares de cada pessoa. Esses traços individuais determinavam as virtudes e os vícios que um cidadão da pólis era capaz de levar a efeito. Essas peculiaridades são explicitamente resgistradas por Aristóteles em Ética a Nicômaco. O termo ethos diz respeito aos costumes sociais (At 6.14; 25.16), mas ēthos ao senso de moralidade e à consciência ética de cada pessoa (1 Co 15.33). Os costumes (ethos) designam os valores éticos ou morais da sociedade, enquanto ēthos às disposições do caráter diante de tais valores. No entanto, enquanto na filosofia aristotélica a virtude definia a relação do sujeito com a pólis, no Cristianismo, define, primeiramente, a relação do homem com Deus e, somente depois com os homens. Daí as duas principais virtudes do Cristianismo serem a fé e o amor.
    Como observamos, o caráter é a “marca” pessoal de uma pessoa. O “sinal” que a distingue dos outros e pela qual o indivíduo define o seu estilo, a sua maneira de ser, de sentir e de reagir. Também pode ser definido como o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que determina-lhe a conduta em relação a Deus, a si mesmo e ao próximo. O caráter, por conseguinte, não apenas define quem o homem é, mas também descreve o estado moral do homem (Pv 11.17; 12.2; 14.14; 20.27). 
Caráter, sua dimensão distintiva
    O caráter é distinto do temperamento e da personalidade, embora esteja relacionado a eles. O temperamento refere-se ao estado de humor e às reações emocionais de uma pessoa – o modo de ser. A personalidadeenvolve a emoção, vontade e inteligência de uma pessoa – aquilo que o individuo é. O caráter, influenciado pelo temperamento e personalidade, é o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que determina-lhe a conduta – como a pessoa age. Observe, porém, que uma das características que compõe o ser humano é imutável, inata (temperamento), outra é o desenvolvimento geral dos traços personalógicos do sujeito em determinado momento (personalidade). O caráter, por sua vez, embora intrinsecamente relacionado ao desenvolvimento da personalidade, forma-se em paralelo a ela. Assim como o desenvolvimento físico de uma criança nos primeiros anos é paralelo ao desenvolvimento mental, o caráter é formado à medida que a personalidade vai sendo construída.
    Portanto, o caráter é a forma mais externa e visível da personalidade. Segundo Aristóteles, a disposição moral (caráter) é adquirida ou formada no indivíduo pela prática. Afirma um antigo provérbio que ao “semear um hábito, o indivíduo colhe um caráter”. O caráter, segundo a sabedoria dos antigos, é o resultado de um hábito interiorizado, aprendido através do exercício contínuo das virtudes ou dos vícios. Não deve ser confundido com as paixões (ira, desejos, ódio), muito menos com as faculdades (razão, emoção e vontade), pois essas categorias são naturais, próprias do ser.[1] Consequentemente, a experiência é o palco no qual o caráter age. De acordo com Schopenhauer essa é uma das razões pela qual o caráter é empírico, pois somente com a experiência é que se pode chegar ao seu conhecimento, não apenas no que é nos outros, mas tal qual é em nós mesmos. Afirma o filósofo alemão que “quem praticou determinado ato, tornará a praticá-lo assim que se apresentem circunstâncias idênticas, tanto no bem como no mal”. [2]
    Assim sendo, a personalidade determina a forma como o indivíduo se ajusta ao ambiente, mas o caráter o modo como a pessoa age e reage nesse contexto social. 
    Já o temperamento, segundo a definição histórica dos helênicos, designa o “tempero sangüíneo” do organismo. Os sábios da Hélade sabiam muito bem que o temperamento é profundamente influenciado pela composição bioquímica do sangue, pela hereditariedade, constituição física e pelo sistema nervoso. Por ser biológico, hereditário e internalizado no indivíduo pode ser controlado, mas jamais mutável. O caráter, no entanto, é o “sinal psíquico” do indivíduo, que determina-lhe a conduta. Porém, é desenvolvido, educável e mutável. 
    Mediante o temperamento, a personalidade e o caráter, o indivíduo afirma sua autonomia; passa a ter consciência de si mesmo como ser humano e também que tipo de pessoa é. Essa descoberta existencial é um processo contínuo. 

 
Caráter, sua dimensão antropo-teológica
Deus criou o homem em duas fases distintas. Na primeira o Eterno forma (hb.asah) a parte somática, corporal e visível do homem, a partir do “pó da terra” (Gn 2.7a). Esse primeiro estágio é chamado de criação mediata ou formativa. Na segunda fase Deus cria (hb. bara) o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1.26,27; 2.7b). Essa imagem entende-se por moral e natural. A naturaldiz respeito àquilo que o homem é: ser racional (intelecto), emocional e volitivo (vontade). A moral relaciona-se à constituição do caráter, da moral e da ética. Diz respeito à constituição moral do homem, suas disposições intrínsecas que inclui o caráter e a qualidade deste: justo e santo. Antes da Queda, o homem era perfeito em santidade, retidão e justiça. Essas qualidades não procediam do próprio homem, mas eram reflexos dos atributos morais e imanentes do Senhor. Os atributo morais de Deus refletiam-se na constituição do sujeito (Ef 4.24; Lv 20.7; 1 Jo 2.29; 3.2,3). Porém, após a Queda, a natureza moral do homem foi corrompida pelo pecado (Rm 1.18-32; 3.23). Em lugar da justiça, o seu antagônico; em vez da santidade o seu oposto; em oposição à virtude o vezo (Gl 5.19-22). Somente a obra salvífica de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante a ministração do Espírito Santo, é capaz de revestir o homem de uma nova natureza, criada segundo Deus, “em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef 4.24; 1 Co 1.30). É o Espírito Santo que transforma o pecador à semelhança da natureza e do caráter de Cristo (2 Co 3.18; 2 Pe 1.3-7).
    Portanto, para que você se torne o homem ou a mulher que Deus deseja é necessário que o seu temperamento, personalidade e caráter se tornem subservientes dos projetos de Deus para a tua vida. Até que Deus prevaleça sobre nossas vidas (2 Co 2.14), alguns precisam ser jogados numa cisterna, como José (Gn 37.20); outros, ser alimentado por corvos, como Elias (1 Rs 17.6); e, alguns, apresentar sua língua aos serafins, como fez Isaías (Is 6.6,7). 
    O caminho que Deus escolhe para forjar o caráter de seus cooperadores algumas vezes é íngreme e inóspto. Mas, quando eles saem da fornalha, é perceptível até mesmo para os pagãos que eles andaram com o quarto Homem na fornalha (Dn 3.25-27). Deus jamais chamou alguém para uma grande missão sem que esse escolhido passasse por uma profunda transformação moral. 
    Se desejas que o Deus de José, Elias e Isaías realize em você o mesmo que fez com eles, coloque o seu caráter no altar do Espírito; apresente a sua personalidade Àquele que a todos transforma segundo a imagem de Cristo. Só assim serás a pessoa que Deus deseja que você seja.
O QUE É CARATER?
Caráter é a qualidade inerente a uma pessoa que a distingue da outra, em 1958 o psiquiatra Eric Berne de origem Canadense e residente nos EEUU, desenvolveu o método chamado Analise Transacional, conhecida como AT. O objetivo foi estudar e analisar as trocas de estímulos e respostas, ou transação entre os indivíduos, Berne concluiu o seguinte:
1 – Todos nós nascemos isto é temos potencial para viver, pensar e desfrutar.
2 – Todas as doenças são curáveis, desde que se encontre a abordagem adequada.
Isso leva a crer que a AT, diferencia o caráter e a personalidade, caráter são tendências que trazemos como, por exemplo: tendência para lealdade, passividade, alcoolismo, rebeldia etc. Já a personalidade constitui-se da educação e sociedade, daquilo que provem do meio externo, ou seja, das informações de pais, professores, religião, cultura. A teoria básica de Berne, que são: estado de ego, transações, posição existencial e roteiro de vida. O caráter é tudo da genética gestação, parto – desenvolvimento neuromotor , não invalida a autonomia possível em suas escolhas. 

Os Analistas Transacionais acreditam que o ser humano carrega em si a capacidade criativa, e fazendo-se uma metáfora, comparado a uma arvore, teria a seiva que passa pelo seu interior construtiva, a forma de seu tronco seria a personalidade e a madeira seria o caráter. Isso se traduz que a essência boa se se refere à capacidade de viver feliz independente de suas limitações biológicas, culturais e de educação. Caráter + Personalidade = formação do ser. Berne era de corrente do existencialismo, corrente filosófica e literária que surgiu no meado do século XIX, com o pensador dinamarquês Kierkigaard e teve seu apogeu após a segunda grande guerra nos anos cinqüenta e sessenta, com Heidegger e Jean – Paul Sartre, este ultimo proclamava a liberdade total do ser humano.

O existencialismo tem por base a liberdade, o homem tem livre arbítrio e deve utilizar a razão para fazer as melhores escolhas, tem como essência analisar o homem como individuo, sendo que esse faz sua própria existência. Analisar o caráter do ser humano assim termina no que Nietzsche pensava: “faça o que você quiser, procure escapar-te dos homens, você é livre, Deus não existe”. Uma vez que Deus não me existe não tenho com que me preocupar se sou bom ou mau, desde que eu não seja apanhado por outro ser posso agir como penso.

Caráter é um conjunto das qualidades boas ou más de um individuo, a ética do juiz é a lei e a de Deus é a bíblica, a Biblia nos ensina a não ser conivente com o erro, mesmo que ele esteja protegido por leis. O caráter determina a conduta do ser humano com relação a Deus e a ele mesmo e também com o próximo. A pessoa não é apenas definida por aquilo que ela é, mas também pelo seu estado moral que a distingue em seu grupo (Pv 11.17;12.2;14.14;20.27)

IDENTIFICANDO OS TEMPERAMENTOS
Teoricamente Hipocrates (460 – 370 a.C), conhecido como pai da medicina, se interessou em estudar as diferenças de temperamentos das pessoas e apresentou tais diferenças.  De acordo com Hipocrates o temperamento depende dos “humores” do corpo: sangue, bílis preta, bílis amarela e fleuma. Hipocrates a partir de observações finalmente formulou uma teoria que explica essas diferenças. A teoria de Hipocrates era bioquímica e essa substancia desapareceu, ficando apenas a sua forma, hoje falamos em hormônios e não em humores.
Emmanuel Kant foi quem mais influenciou na divulgação da idéia de quatro temperamentos na Europa. Isso foi feito de forma incompleta, mas foi bem interessante: A pessoa sanguínea é alegre e esperançosa; é bem intencionada, porem não consegues cumprir com seus compromissos. O sanguíneo é um mau devedor pede sempre mais prazo para efetuar seus pagamentos, é muito sociável e brincalhão, contenta se facilmente, não leva as coisas muito sérias, e vive rodeado de amigos. Ele não é mau, mas vive em dificuldades de deixar de cometer seus pecados, ele se arrepende, mas logo se esquece de tudo. O sanguíneo é instável, porem persistente.

Quanto ao melancólico descobrem que em tudo há uma razão para a ansiedade e em qualquer circunstancia a primeira coisa que lhes vem à mente é a dificuldade. São contrários aos sanguíneos não fazem promessas com facilidades, uma das suas insistências é o cumprimento da palavra, primeiro fazem analise se podem cumprir com o que vai falar e depois falam. Não agem assim por uma ordem moral, mas pelo fato de viver preocupado demasiadamente com os outros, e isso o faz cauteloso e desconfiado. Estão sempre infelizes.

Já os coléricos são cabeças quentes, se agitam com facilidade, mas se acalma assim que o adversário se de por vencido. A reação do colérico é instantânea, ele se aborrece, mas logo passa, ele é persistente, não desiste nunca, vive sempre ocupado, embora não goste disso, não sabe receber ordens, prefere ser o chefe e gosta de elogios públicos ao seu respeito. Gosta muito de valorizar as aparências, da formalidade, é orgulhoso e cheio de amor próprio, avarento, polido e cerimonioso; o que mais lhe aborrece é quando alguém desacata as suas ordens. Esse temperamento é o mais infeliz, pois é o que mais atrai a oposição.

O fleumático não é preguiçoso, mas desmotivado, não se emociona com facilidade e nem se move com facilidade, em tudo há moderação e persistência. Ele se aquece com mais lentidão, mas retém por mais tempo o calor humano. Age por principio e não por instinto;  aparentemente ele parece estar cedendo quando na verdade esta conseguindo o que quer, por ser persistente em seus objetivos é astucioso.
Com o surgimento da psicologia esses temperamentos receberam impulsos que tendem a melhorar os nossos conhecimentos sobre o  assunto.

Sanguíneo –  pessoa de temperamento superextrovertido
O apostolo Pedro é o mais conhecido na Bíblia com esse temperamento, seus defeitos são visíveis, num momento era alegre, amável, no seguinte assustava a todos com suas atitudes.

Impulsivo
Ø  Mt 4.20 – “imediatamente deixou as redes”
Ø  Mc 1.29 – “Convidou a todos para comer em sua casa, quando a sogra estava doente”
Ø  Mt 14.28,29 – “andou sobre as águas” – entrou e depois pensou
Ø  Mt 17. 1-13 – fala quando devia ouvir o que fazer
Ø  Jo 18.10 – age sem pensar

Desinibido
Ø  Lc 5.1-11 – na hora em que está mais irritado por falta de consideração alheia, ele faz algo de afeto (v8), só o sanguíneo pode fazer isso sem bajulação.

Falante
Ø  Mt 16.13-20 – positivo
Ø  Jo 6.66-69 – palavras imortais, nunca em dois séculos alguém conseguiu quebrar o silencio e superar a essa declaração clássica.

Egoísta
Ø  Mt 16.17-23 – recebe um elogio e depois quis reprovar Jesus
Ø  Pedro era um fanfarrão inconstante, Jesus não omitiu isso quando o chamou de Pedro – pequena rocha que precisa ser trabalhada, rocha de lenta formação.

Colérico – extrovertido
Esse é o líder natural, obstinado e muito otimista, ninguém melhor que Paulo para representá-lo.

- Cruel
- Compaixão é uma das coisas mais difícil de aprender com um colérico, ele é rude, sarcástico e de língua ferina. Saulo lidera uma perseguição aos cristãos em Jerusalém, um ódio que lhe era próprio agia de forma desumana em nome da religião. Ananias demorou acreditar em sua conversão (At 9.1,2)

- Força de vontade  - O colérico não conhece fraqueza ou desanimo, sempre alcançam o sucesso, procuram sempre atingir o alvo (1Co 9.24-27), Paulo se dominava em tudo, não corria sem meta. Muitas vezes consideramos o colérico como um grande homem de fé quando devemos também analisar a forma exagerada de autoconfiança.

- Agressivo
- Ira e agressividade são coisas do colérico, não aparece muito na vida de Paulo depois da conversão, mas em Atos 15, ele discute com Barnabé e não aceita João Marcos por ter desistido essa atitude para um colérico é inaceitável. Em outra ocasião Paulo esta preso e em uma explosão chamou o sumo sacerdote de tampa de sepulcro (At 23).

- Auto-suficiente  - Quanto mais sucesso o colérico procura ser independente (At 20.34), não há nada errado é o colérico agindo, ele não gosta de receber auxilio desemprego, aposentadoria. Ele gosta de trabalhar. Dificilmente um deficiente físico que seja colérico, ser encontrado na rua pedindo esmolas ele faz qualquer coisa para trabalhar e se sustentar. 

O apostolo Paulo era dinâmico, ele sai de Antioquia sendo liderado e daí a pouco esta na liderança, (At13; 16.18; 27.21-25). Um homem prático, o colérico não é estético, muito difícil ver um colérico passeando com a família. Uma pessoa otimista, não existe explicação humana, um homem apedrejado, que se levanta do monte de pedras e volta a fazer a mesma coisa (At 14.19-21), cantar quando deveria estar chorando (At 16.25,26).

Melancólico –  introvertido
O melancólico é  perfeccionista por natureza, é um exagero na organização. Gosta de apreciar as belezas naturais, mas de vez em quando tem vontade de morrer. Os maiores gênios do mundo foram melancólicos, há na Bíblia uma lista de melancólicos, mas o maior deles é Moises.
- Talentoso
Instruído em toda a ciência do Egito, poderoso em palavras e obras (At 7.22), o melancólico tem uma capacidade incrível de dramatizar, quando pressionado ultrapassa as expectativas ele não se emociona facilmente. De um lado um rei poderoso e incrédulo do outro Moises que não conhece o que é se desesperar em situações adversas. O melancólico quando pressionado faz desafios incríveis, lembre-se de Elias no monte Carmelo.

- Abnegado
O melancólico é capaz de sacrificar a si próprio, gostam de se dedicar as causas que exigem sacrifícios e às vezes usam isso para obter vantagens.

- Complexo de inferioridade
Não gostam de aparecer, são perfeccionistas geralmente nunca se satisfazem com o que os outros fazem, sempre lembrarão mais dos erros que dos acertos. (Ex 3)
Depressivo
Vários deles pediram a morte Elias, Jonas, Moises também quis morrer (Nm 11.10-15).
Moises era perfeccionista, leal, um dos maiores amigos de Deus (Ex 24.9-18).

 Fleumático – superintrovertido
Geralmente atencioso, não esquenta a cabeça, não gosta de briguinhas, confusões, gosta de ficar em silencio nas reuniões, mas gosta muito da realidade é egocêntrico, dificilmente se descobre que ele esta com problemas, pois não conta para ninguém. Abaraão se destaca na Bíblia é ele o Sr simpatia.
Cauteloso
Devido a indecisão e o medo os fleumáticos são cautelosos, ele se preocupa com tudo, as vezes até perde as oportunidades.
Pacifico
Uma das características admiráveis dos fleumáticos (Gn 13.8,9)
Leal
Esse temperamento é o que suporta melhor a pressão (Gn 14.14-16)
Temeroso
A fome levou Abraão ao Egito e la ele por medo arranjou vários problemas (Gn 20)


O ESPÍRITO SANTO AGINDO NO CARATER CRISTÃO.
Ao aceitar a Cristo como Salvador e Senhor, o ser humano passa a ser uma nova criatura, o apostolo Pedro negou a Jesus pela sua inconstância, mas como pode um sangüíneo como ele se tronar constante?  Pedro se tornou corajoso e cheio de fé, dormia em uma prisão sabendo que seria morto, somente Deus pode mudar uma pessoa com temperamento impulsivo dando lhe calma, um homem controlado (At 4.19,20), estranho num sanguíneo. Com tudo vemos um Pedro humilde, amoroso e com maturidade.

Ao ver o apostolo Paulo falando em paz, mansidão, amabilidade ou bondade, da para imaginar um colérico, cabeça dura, obstinado, falar em bondade ou agradecendo seus cooperadores pelos serviços prestados? Um melancólico a busca de perfeição que nunca se contenta com nada? Geralmente eles desistem quando não conseguem e Moises faz exatamente o contrario? O fleumático Abraão ser considerado o pai na fé, quando na verdade eles já se parecem crentes?
O Espírito Santo com seu poder transformador transforma o caráter doentio, a insensibilidade moral no que concerne aos princípios e valores morais, onde até alguns denominados evangélicos estão corrompidos em suas naturezas e consciências cauterizadas entristecendo a Deus o Criador. Observemos os limites da Palavra de Deus e vivamos de modo digno da fé que professamos. Sem que a permissividade, a mentira, a malicia, a concupiscências, a cobiça, a ambição  e outras coisa semelhantes encontrem em nós guarida. Que sejamos transformados e consigamos viver a nova vida em Cristo. (1Co 5.17)


CONCLUSÃO
“Só o poder do evangelho de Cristo é capaz de transformar e aperfeiçoar o caráter humano”

BIBLIOGRAFIA
LAHAYE Tim – Temperamentos Transformados – Editora Mundo Cristão
SILVA, Eliezer Lira – lição n. 1, 3º trimestre de 2007 – CPAD
WIKIPEDIA - PESQUISAS


Colaboração para o Portal Escola Dominical - Pr Jair Rodrigues

Fonte: PortalEBD
Fonte:
http://www.napec.org/reflexoes-teologicas/o-carater-cristao/
http://portadesiao.blogspot.com.br/2011/08/licao-8-o-cristao-e-o-carater-moldado.html
https://radoalves.wordpress.com/2007/08/31/a-natureza-do-carater-cristao/

http://ebdadtaqnorte.blogspot.com.br/2012/06/licao-1-o-carater-cristao.html